Há muito tempo que a melhoria do gerenciamento da administração pública
está em pauta. Cada vez mais, exigem-se eficiência, prestação de contas,
ênfase na racionalidade dos procedimentos e apresentação de metas e
indicadores claros. As coisas simplesmente não podem ser mais como no
passado, quando as decisões eram tomadas a portas fechadas e a população
desempenhava um papel estritamente passivo. Nessa nova realidade, as diversas esferas do poder público têm que
permanecer atentas à necessidade de adotar ferramentas de gestão que
assegurem a qualidade e a transparência no setor público. Somente assim
será possível diagnosticar as rotinas afetas aos produtos e serviços
ofertados à população, e, a partir desses levantamentos, partir para a
etapa do planejamento estratégico e de seu desdobramento em planos de
ação específicos, voltados àquele que deve ser o objetivo maior do
gestor público: o bem-estar do cidadão.
Partindo-se desse pressuposto, a excelência funcional e operacional
constitui-se no grande objetivo estratégico a ser perseguido pelas
organizações públicas em suas múltiplas esferas, tanto na administração
direta quanto indireta.
A principal mudança a ser implantada junto a esses interlocutores é a
conscientização acerca da importância de uma nova cultura
organizacional, focada em metas e objetivos. Cabe aos altos escalões
gerenciair a tarefa de implantar e consolidar as ferramentas de
qualidade em suas pastas.
ambém se deve ressaltar a importância da auditoria da gestão pública,
não apenas para cumprir a legislação vigente, mas também para o melhor
controle do patrimônio. Sem que isso seja feito, fica muito mais
complexo tomar decisões coerentes, atingir superávits e cumprir o papel
social esperado. Deve-se, portanto, considerar seriamente as informações
geradas pelo Sistema de Informações Contábeis, no que concerne ao
patrimônio das entidades. E é ao auditor das contas públicas que cabe a
responsabilidade de respaldar tais informações.
Lamentavelmente, porém, muitos gestores públicos ainda caminham a
passos lentos na análise, acompanhamento e controle dos atos de gestão.
Uma vez que o órgão público não tem como prioridade a geração de lucro,
sua situação patrimonial, por exemplo, pode ser negligenciada. Este é um
erro, pois o que pertence ao coletivo deve contar com a mesma cautela e
parcimônia com que se administram os bens e valores dos proprietários
nas entidades privadas.
Eduardo Pocetti - é CEO da BDO, quinta maior rede do mundo em auditoria, tributos e advisory services